Não sou uma pessoa insensivel, aliás, longe disso, mas nunca entendí muito bem as choradeiras de cinema. Sempre apreciei a enfatização da sensibilidade humana no cinema mas nunca as histórias de amor e paixão me abalaram a alma ou sequer fizeram vidrar os olhos... O exemplo daquilo a que me quero referir em particular é o filme titanic: emocionou-me muito mais a personalidade do Capitão do navio e o romantismo da orquestra do que a historinha de amor paralela. Confesso que nunca me senti mal por isso porque me sinto equilibrado pela importância que dou a sentimentos que se assemelham mas diferenciam por avaliação de nobreza, e refiro-me à fraternidade mas muito mais a um sentimento que desconhecemos: O amor de um animal pelo seu dono!!! Ok... cheguei lá, era a isto que me queria referir. A partir daqui dispo todos os preconceitos e removo todas e quaisquer máscaras de solidez de sensibilidade para confessar que sim...
CHOREI BABA E RANHO ENQUANTO ASSISTIA A UM FILME!!!
E a culpa foi... de um cão!!! isso mesmo. um belo exemplar desses quadrúpedes carnívoros digitígrados e domésticos que têm a mania de nos amar incondicionalmente. Sim, incondicionalmente... pelo que me é dado a conhecer, é o único animal deste mundo capaz de amar o dono que lhe bate porque se sente grato em simplesmente ter um dono. São esquisitos não é? :-/
Hachi é um cão da raça Akita que Parker encontrou perdido na estação de comboio por onde passava diariamente na deslocação para o trabalho. Apesar da inicial relutância da esposa, Parker afeiçoa-se ao pequeno canídeo e decide ficar com ele apaixonando-se completamente e cuja convivência faz de si um homem bem mais feliz. Como já estamos habituados, a resposta do canito não é na mesma medida, é exponencialmente maior tal como o amor que dedica ao seu novo dono e, por entre pérolas quotidianas que nos derretem, Hachi passa a ir diariamente esperar a "sua pessoa" à porta da estação até ao dia em que Parker morre e Hachi não entende, perdendo todos os dias dos 9 anos seguintes com a mesma rotina, esperançado na volta daquele por quem se apaixonou. Até à noite em que Hachi, já velhinho e dormindo debaixo do vagão que adotou posteriormente como lar, tem um pressentimento de que chegou a hora e vai, de madrugada, para a porta da estação que tão bem conhece. É aí que, na iminência de sua morte, Hachi adormece e sonha com a chegada de Parker... Juntos abraçam-se e beijam-se e seguem sozinhos pela rua fora... Hachi morreu aí... feliz!! O melhor de tudo é que o filme é baseado numa história real passada na cidade Japonesa de Odate. Hachi é Hachiko e a história foi tal e qual!!! ... lá, em frente à porta da estação, está a estátua de Hachiko a lembrar.
Este eu não recomendo... Censuro quem não o veja!!!
2 comentários:
Este sim... é um filme que se chora sem vergonha... partilho de todas as emoções que viveste, mas que seres estes que amam indiscriminadamente!
Quem não se lembra do “Cão vagabundo”? Era um pequeno catraio e confesso, sim a minha mãe chegou a apanhar-me a chorar…
(Campos)
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