quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Hachiko

Não sou uma pessoa insensivel, aliás, longe disso, mas nunca entendí muito bem as choradeiras de cinema. Sempre apreciei a enfatização da sensibilidade humana no cinema mas nunca as histórias de amor e paixão me abalaram a alma ou sequer fizeram vidrar os olhos... O exemplo daquilo a que me quero referir em particular é o filme titanic: emocionou-me muito mais a personalidade do Capitão do navio e o romantismo da orquestra do que a historinha de amor paralela. Confesso que nunca me senti mal por isso porque me sinto equilibrado pela importância que dou a sentimentos que se assemelham mas diferenciam por avaliação de nobreza, e refiro-me à fraternidade mas muito mais a um sentimento que desconhecemos: O amor de um animal pelo seu dono!!! Ok... cheguei lá, era a isto que me queria referir. A partir daqui dispo todos os preconceitos e removo todas e quaisquer máscaras de solidez de sensibilidade para confessar que sim...
CHOREI BABA E RANHO ENQUANTO ASSISTIA A UM FILME!!!
E a culpa foi... de um cão!!! isso mesmo. um belo exemplar desses quadrúpedes carnívoros digitígrados e domésticos que têm a mania de nos amar incondicionalmente. Sim, incondicionalmente... pelo que me é dado a conhecer, é o único animal deste mundo capaz de amar o dono que lhe bate porque se sente grato em simplesmente ter um dono. São esquisitos não é? :-/
Hachi é um cão da raça Akita que Parker encontrou perdido  na estação de comboio por onde passava diariamente na deslocação para o trabalho. Apesar da inicial relutância da esposa, Parker afeiçoa-se ao pequeno canídeo e decide ficar com ele apaixonando-se completamente e cuja convivência faz de si um homem bem mais feliz. Como já estamos habituados, a resposta do canito não é na mesma medida, é exponencialmente maior tal como o amor que dedica ao seu novo dono e, por entre pérolas quotidianas que nos derretem, Hachi passa a ir diariamente esperar a "sua pessoa" à porta da estação até ao dia em que Parker morre e Hachi não entende, perdendo todos os dias dos 9 anos seguintes com a mesma rotina, esperançado na volta daquele por quem se apaixonou. Até à noite em que Hachi, já velhinho e dormindo debaixo do vagão que adotou posteriormente como lar, tem um pressentimento de que chegou a hora e vai, de madrugada, para a porta da estação que tão bem conhece. É aí que, na iminência de sua morte, Hachi adormece e sonha com a chegada de Parker... Juntos abraçam-se e beijam-se e seguem sozinhos pela rua fora... Hachi morreu aí... feliz!! O melhor de tudo é que o filme é baseado numa história real passada na cidade Japonesa de Odate. Hachi é Hachiko e a história foi tal e qual!!! ... lá, em frente à porta da estação, está a estátua de Hachiko a lembrar.




Este eu não recomendo... Censuro quem não o veja!!!

2 comentários:

L&P disse...

Este sim... é um filme que se chora sem vergonha... partilho de todas as emoções que viveste, mas que seres estes que amam indiscriminadamente!

O Campos disse...

Quem não se lembra do “Cão vagabundo”? Era um pequeno catraio e confesso, sim a minha mãe chegou a apanhar-me a chorar…

(Campos)