domingo, 25 de abril de 2021

fascismo nunca mais

a cada novo instante
deste belo amanhecer
a cada gota refrescante
da neblina de um dia novo
sente-se a embriaguez de um povo
e a coragem toda a crescer
qual erecçao juvenil
ou pensamento pueril
é o sangue a ferver
de sonhos e ideias mil

ergam-se os punhos ao vento
agora que ficou para trás
o cheiro do velho tempo
a enxofre e aguarrás

e em meio da bebedeira
arranje-se pois maneira
de preservar a memória
e que o tempo da miséria
o mantenha a gente séria
bem fundo nos baús da escória

mantenha-se então a coragem
de manter viva a imagem
daquela miséria que existia
ainda que seja dura lembrança
de quando nem sequer era criança
a nossa democracia

peguemos então pelos cornos
e nunca com panos mornos
o baboso mostrengo da reação
esse que se aventura agora
achando que chegou a hora
de reinar o grande cabrão

lembremos pois toda a gente
que aquilo que queremos à frente
não virá pela mão dos jograis
espezinhemos o doido varrido
e gritemos em tom decidido
FASCISMO NUNCA MAIS!!!

José Eduardo



sexta-feira, 2 de abril de 2021

lá vem o charlatão

Lá vem o charlatão
de sorriso proeminente
é de todos o maior cabrão
mas ninguém lho diz pela frente

De tudo ele já viveu
no seu mundo pequeninho
e o que não viveu, inventa
porque a verdade fraudulenta
só ele sabe que a leu
num jornaleco mesquinho

tem ódio ao seu semelhante
a miséria é o que lhe deseja
mas ao rico, seu dono
ao seu poderoso patrono
a bajulação é constante
pois aos seus restos almeja

todos se riem de si
pelas costas, é certo
ninguém ousa ser sincero
com medo do senhor austero
que sabe de tudo por ali
como se estivesse por perto
é o charlatão que lhe conta
esse porco animal de monta
sedento de vingança
de ver sofrer quem se cansa
na luta, na afronta

miserável ser abjeto
que por falta de confrontação
se acha dístico de soneto
pois ninguém lhe diz de perto
que o seu estilo gingão
e o sorriso indiscreto
são desenho direto
dos traços de um cabrão!

pululantemente ridículo
vagueia sorridente
no papel de parvo discípulo
por entre toda aquela gente
os do lado de lá
verdadeiros senhores
mandantes e gestores
que seu nome desconhecem
e os nossos, de cá
mormente trabalhadores
que lutam quando alvorecem
e sorriem, sinceros
por saberem que Roma
não paga a traidores!

José Eduardo