sexta-feira, 2 de abril de 2021

lá vem o charlatão

Lá vem o charlatão
de sorriso proeminente
é de todos o maior cabrão
mas ninguém lho diz pela frente

De tudo ele já viveu
no seu mundo pequeninho
e o que não viveu, inventa
porque a verdade fraudulenta
só ele sabe que a leu
num jornaleco mesquinho

tem ódio ao seu semelhante
a miséria é o que lhe deseja
mas ao rico, seu dono
ao seu poderoso patrono
a bajulação é constante
pois aos seus restos almeja

todos se riem de si
pelas costas, é certo
ninguém ousa ser sincero
com medo do senhor austero
que sabe de tudo por ali
como se estivesse por perto
é o charlatão que lhe conta
esse porco animal de monta
sedento de vingança
de ver sofrer quem se cansa
na luta, na afronta

miserável ser abjeto
que por falta de confrontação
se acha dístico de soneto
pois ninguém lhe diz de perto
que o seu estilo gingão
e o sorriso indiscreto
são desenho direto
dos traços de um cabrão!

pululantemente ridículo
vagueia sorridente
no papel de parvo discípulo
por entre toda aquela gente
os do lado de lá
verdadeiros senhores
mandantes e gestores
que seu nome desconhecem
e os nossos, de cá
mormente trabalhadores
que lutam quando alvorecem
e sorriem, sinceros
por saberem que Roma
não paga a traidores!

José Eduardo

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