quarta-feira, 15 de junho de 2011
a paixão ao lado
Sempre a fitava
a ela, que passava
e sorria
e mexia
com desenvoltura
seu quadril
num gesto ardil
mas pleno de formosura.
Sua doçura,
o seu sorrir,
sua candidez matinal,
seu gesto normal
de saudação ao partir,
tudo o encantava,
a saia que balançava,
os seios inconstantes
balançavam vibrantes
em acção de seduzir.
O narizinho petulante
no ebúrneo de sua face
deixava-o errante
em ânsias de ser seu amante
seria esse o desenlace
perfeito
a jeito
deveras interessante...
Mas que diabo
que ela não sabe
pois entre eles não cabe
qualquer motivo de diálogo
nem sequer uma ideia
de apelar ao catálogo
das frases de ignição,
nenhuma que lhe não pareça feia
por carência de razão...
E assim se ficou,
pelo olhar interessado
longe de ter imaginado
que já ela o fitou
e no pensamento o levou
ainda que sem nome
apenas como o rapaz engraçado
cujo olhar a consome
desejosa que a tome
na solidez de seus braços
lhe sinta os traços
do corpo de mulher
sem embaraços
é só o que quer...
Mas o encontro não se deu
e o destino
aos seus desejos
não atendeu
tanto ela como o menino
ficaram sem beijos
o tempo se foi
tudo esqueceu.
...e a paixão passou ao lado!
José Eduardo
.
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Poesia
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5 comentários:
Ainda tens dúvidas que, de facto, escreves MUITO BEM?
Muito bom :) Gostei . Nota-se que é diferente :) Mas nunca esperei que escrevesse tão bem
Grande BELEZA que descreves com as tuas palavras, muitos parabéns, 1 abraço.
Muito bem ! Porém houve uma palavra que me desconcertou: "menino" (?)
Hugo
Rima com destino!
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