terça-feira, 14 de junho de 2011
mortificação
Aqui me tens...
A mim, por inteiro,
como naquele dia, o primeiro.
Chamo por ti,
porque não vens?
É a tua alma que chora?
Logo agora
que estou aqui!
Sim, bem sei...
é difícil perdoar,
esquecer,
aceitar
todo o mal que te dei
e eu, que fugi e errei,
tenho agora a desfaçatez de voltar.
Não e justo, por certo
ter assim, esta alma errante,
fugidia, viajante,
e vir agora (qual Madalena)
arrependido, exigir-te por perto.
Olha, sou assim,
despudorado e de consciência pequena.
Aproveito portanto
este momento de sensatez,
esta ausência de mesquinhez,
para te pedir, sem pranto
que me negues, de futuro, o perdão
e jamais estendas a mão
a mim, que te tirei tanto.
Deixa-me sofrer,
obriga-me a tal,
devolve-me esse mal,
faz-me chorar
e desejar morrer.
Pois só assim,
sentindo-o em mim,
aprenderei, quem sabe, a amar.
Quem sabe...
por mim,
aprenderei a amar!
José Eduardo
.
.
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5 comentários:
So much Perfect!
Muito bem escrito....fabuloso!
Um dia todos devemos aprender a amar! Mas nao sei se é possivel se permitir tanto!
Muito bom!
O reconhecer é um passo gigantesco. Apesar disso talvez a pessoa em questão tenha perdoado antes mesmo que qualquer outro se apercebesse...se recordasse....sentisse!
E. M.
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