quarta-feira, 16 de junho de 2010

posso ficar?


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deixa-me estar...
hoje quero aquele tempo que já foi.
esperar os pés molharem-se lá ao fundo da torna, por entre o milho, e gritar bem alto à enxada que se apresse a virar o talhadoiro.

hoje quero transpirar agarrado ao arado preso pelo estímulo da visão futura de uma simples lavandisca que perscruta a terra revelada.

hoje quero adormecer ao som do piar da coruja ali bem na bouça do branca e voltar a acreditar tratar-se de uma raposa que ri de contentamento sobre mais uma vítima da sua malvadez...

deixa-me estar... deixa-me ficar... podes fazer-me companhia...

queres?
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Fotografia e texto: José Eduardo

1 comentário:

jose Maria disse...

Simples, muito frsco este grito á natureza que tivemos o previlégio de a conhecer.
1 Abraço.