sexta-feira, 30 de abril de 2010

OPO - LPPR

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Aeroporto Francisco Sá Carneiro, Porto, Portugal.
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terça-feira, 27 de abril de 2010

isto afinal já vem de antes...

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Conta-se que D. Fernando quis que todos os seus súbditos se ajoelhassem e beijassem a mão de D. Leonor Teles como rainha de Portugal. Um dos seus meios-irmãos, D. Diniz (filho de D. Pedro I e D. Inês de Castro) recusou-se a fazê-lo. D. Fernando tentou matá-lo com um punhal, mas graças à intervenção das outras pessoas presentes na cerimónia tal não aconteceu. D. Diniz acabou por fugir para Castela.

Os noivos

D. Fernando - Nono rei de Portugal e último da primeira dinastia, cognominado o Formoso ou o Inconstante.
Nasceu em Lisboa a 31 de Outubro de 1345 e morreu em Santarém a 22 de Outubro de 1383. Casou em Leça do Balio, em 1372, com D. Leonor Teles.
Era filho de D. Pedro I e da rainha D. Constança. Subiu ao trono com 21 anos.
Responsável pela construção da nova muralha de Lisboa a do Porto, a criação do cargo de condestável, renovações de armamento, a promulgação da lei das Sesmarias, defesa da marinha mercante, entre outras medidas de grande importância.

D. Leonor Teles - Nasceu em Trás-os-Montes por volta de 1350. Morreu no Mosteiro de Tordesilhas, em Valhadolide, a 27 de Abril de 1386.
Diz-se que numa altura em que visitou a irmã Maria Teles, dama da infanta D. Beatriz, D. Leonor seduziu D. Fernando.
A nova rainha fora já casada com João Lourenço da Cunha, senhor do morgado de Pombeiro. O consórcio foi declarado nulo para que se pudesse realizar o matrimónio real.
O povo não gostou e gerou-se um clima de conflito social. Os dois tiveram que fugir de Lisboa e casaram secretamente em Leça de Balio, em 1372.

Com a morte de D. Fernando, D. Leonor assumiu a regência do reino e passou a viver, maritalmente, com o seu amante, o conde de Andeiro. Essa ligação desagradou ao povo. O conde de Andeiro é, entretanto, assassinado na corte pelo mestre de Avis e D. Leonor foge para Castela. Mais tarde, em 1385, D. João, mestre de Avis, é aclamado Rei de Portugal.
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...mas que confusão!!!
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domingo, 25 de abril de 2010

porque é que estás em festa, pá?

Hoje festeja-se a revolução ao contrário. As comemorações da Assembleia da república são feitas por centenas de indivíduos que não conhecem os conceitos de democracia, igualdade e solidariedade.

Há um presidente da república que, depois de uma década como primeiro ministro, traz agora o peito cheio de ar e falsa legitimidade para, despudoradamente, apontar o dedo aos erros por si cometidos como se a outros os imputasse;

Há uma avalanche de deputados conotados com o actual governo que mantêm um estúpido sorriso na cara de início a fim e em nada contribuem para a discussão;

Há um líder do principal partido da oposição que, qual dedicação à causa, vem armado do ataque à constituição da república (essa mesma cuja fundação se está a comemorar) e toda a direita, e uma boa parte da esquerda o aplaude e alude nos comentários finais;

O proletariado, esse, sem qualquer propensão a encetar raciocínio próprio, lá vai sorvendo ideias alheias procurando colar-se àquelas cujo arrebatamento de palmas mais se fez notar...

Que país!!!

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sábado, 24 de abril de 2010

ausência

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Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
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Carlos Drummond de Andrade © Graña Drummond

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quinta-feira, 22 de abril de 2010

a casa



quarta-feira, 21 de abril de 2010

Mark Twain morreu há cem anos

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Autor d'As aventuras de Tom Sawyer, o menino que queria navegar no mississipi...
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(...) Mas no mesmo momento de tristeza e desespero, teve uma inspiração. Nada menos que uma grande e magnífica inspiração. Pegou no pincel e pôs-se a trabalhar tranquilamente. Pouco depois apareceu por ali Ben Rogers. De entre todos os rapazes, temia a troça daquele, mais do que de nenhum. Ben vinha a saltar e a pular, comia uma maçã e de vez em quando soltava um melodioso grito seguido por um dingue-dongue-dingue-dongue, como se fosse um barco a vapor.

- Parar a estibordo! Tlim-tlim-tlingue! Parar a bombordo! Avançar para estibordo! Parar! Deixar virar devagar! Tlim-tlim! Tlingue! Tchau-tch-tch! Cuidado com o leme! Depressa, agora! Dois graus a bombordo! O que estão a fazer? Atem uma corda a esse tronco! Encostem agora e deixem seguir. Pararam as máquinas, capitão! Tlim-tlim-tlingue! Cht! Cht! Cht!

Tom continuou a caiar sem fazer caso do barco a vapor. Ao fim de um momento, Ben disse:
-Estás atrapalhado?
Nem palavra. Tom olhava para as últimas pinceladas dadas, com um olhar de artista, depois pegou no pincel e deu outro retoque, tornando a olhar como antes. Ben pôs-se ao lado dele e Tom sentiu crescer água na boca só de olhar para a maçã, mas não parou de trabalhar.

Por fim, Ben perguntou:
- Tens de trabalhar, hein?
Tom voltou-se rapidamente.
- Ah! És tu, Ben! Não tinha dado por ti.
- Olha, vou nadar. Não gostavas de ir também? Já se vê, tens de fazer esse trabalho, não tens? Está claro que tens.
Tom olhou-o por momentos e por fim perguntou-lhe:
- A que é que tu chamas trabalho?
- Então isso não é trabalho?

Tom continuou a caiar e respondeu despreocupadamente:
- Talvez seja e talvez não. O que eu sei é que é muito do agrado de Tom Sawyer!
- Não me queres fazer acreditar que gostas disso. O pincel continuava a mover-se.
- Gostar disto? Não vejo porque não hei-de gostar. Nem todos os dias um rapaz como nós tem ocasião de pintar um tapume.

Isto punha as coisas noutro pé.

Ben parou de comer a maçã. Tom pintava cuidadosamente, movendo o pincel de um lado para o outro, dava um passo atrás para ver o efeito, retocava aqui e ali, tornava a ver o efeito e, entretanto, Ben olhava para tudo aquilo cada vez mais entretido, até que, passados momentos, disse:
- Deixas-me caiar um bocadinho, Tom?

Tom pensou um instante, esteve quase a consentir, mas mudou de ideia.
- Não, não! Não pode ser, Ben. Bem vês, a tia Polly é muito exigente com este tapume. Deita para a estrada... Ainda se fosse do lado de trás não me importava e ela naturalmente também não. Mas ela tem lá umas esquisitices com esta vedação. O serviço tem de ser feito com muito cuidado. Em mil rapazes, talvez até em dois mil, não haveria outro que o fizesse como deve ser.
- Não? É muito difícil? Deixa-me experimentar! Só um bocadinho! Eu, se estivesse no teu lugar e tu fosses eu, deixava.
- Ben, eu também gostava de te deixar, palavra, mas a tia Polly... Olha, o Jim quis fazer isto, e ela não deixou; Sid quis fazê-lo e ela não deixou. Ela não deixou Sid! Já vês a minha atrapalhação. Se tu caiasses isto e acontecesse alguma coisa?!
- Ora! Tolices! Eu tomo tanto cuidado como tu. Deixa-me experimentar! Olha, dou-te o cascabrulho da minha maçã.
- Pois sim... Não, Ben, não pode ser. Tenho medo...
- Dou-te toda a maçã que ainda tenho.

Tom abandonou o pincel, mostrando certa relutância, mas, com o coração cheio de alegria e enquanto aquele que pouco antes era um barco a vapor trabalhava e suava ao sol, o artista reformado sentou-se num barril à sombra a abanar as pernas, a mastigar a maçã e a planear o sacrifício de outros inocentes.

Material não faltava, porque os rapazes passavam constantemente. Vinham para troçar, mas ficavam a caiar. Quando Ben estava estafado, Tom aproveitou a ocasião para contratar Billy Fisher, que lhe deu uma estrela de papel em bom uso. Logo que este se mostrou farto, Johny Miller deu um rato morto com uma corda atada ao rabo, para que o deixassem caiar um bocado.

O negócio continuou assim, e, quando se chegou ao meio da tarde, Tom deixara de ser o pobre que era de manhã, para nadar em riqueza, pois tinha adquirido, além das coisas já mencionadas, doze berlindes, parte de um berimbau, um estilhaço de vidro azul para ver através dele, o resto de uma espingarda, uma chave que não servia para nada, um pedaço de giz, a rolha de vidro de um frasco, um soldado de chumbo, um casal de rãs, um puxador de uma porta, uma coleira de cão (sem cão), um cabo de faca, quatro bocados de casca de laranja e um bocado de janela.

Passara um bocado de tempo agradável e a preguiçar, sempre acompanhado, e o tapume levara três demãos de cal. Se se não tivesse acabado a cal, teria conseguido arrastar todos os rapazes da aldeia para a bancarrota. Afinal, Tom já não achava que a vida fosse tão oca.

Descobrira, sem o saber, uma grande lei que rege a humanidade e que é: para se conseguir que um homem ou um rapaz cobice uma coisa, basta tornar essa coisa difícil de obter. Se fosse um grande e sábio filósofo, como o autor deste livro, teria compreendido então que trabalho consiste em tudo que se é obrigado a fazer e que prazer consiste naquilo que se não é obrigado a fazer.

Este raciocínio tê-lo-ia ajudado a entender porque se chama trabalho aos trabalhos forçados e a fazer flores artificiais, enquanto que jogar o berlinde ou escalar o Monte Branco não passa de um divertimento.

Há senhores muito ricos, em Inglaterra, capazes de guiar carros de passageiros puxados por quatro cavalos num caminho de vinte ou trinta milhas todos os dias no Verão, porque para isso têm de pagar uma quantia considerável. Mas que se recusariam a fazê-lo se lhes oferecessem um ordenado, pois isso passaria então a ser considerado trabalho.(...)
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Jazz n'Gaia 2010


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terça-feira, 20 de abril de 2010

só, no meio de tanta gente



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Gente que vejo...
Gente que não me olha, não me vê, que me ignora...
Gente que, ainda assim, eu gosto!
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Gosto de estar só, neste mundo que só eu governo e onde só eu habito.
Gosto de amar e de odiar, assim, pela regra da minha vontade.
Gosto de parar no tempo e deixar os outros passar.
Gosto de estar só, no meio de tanta gente.
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Entrego-me à abstração, por um tempo...
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...por pouco tempo!
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José Eduardo
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domingo, 11 de abril de 2010

um bote sem dono

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Houve um país rico em gente valente que se aventurou ao mar... Havia cobardes também, cujo pé num bote jamais se atreveria imaginar...
Os valentes correram mundo e conquistaram terras de gente rica e bela. Gente que jamais idealizara a maldade e, gentilmente, obsequiava o forasteiro com a partilha de suas riquezas.
O mar é que não perdoava, amabilidade e simpatia jamais integraram seu léxico, além de que laurear não era costume seu. Volta e meia lá abria as enormes goelas para engolir uns quantos mais e dava ideia de que quanto maior a grandeza de suas vítimas mais satisfeito ele ficava...
Foi assim que se fez a história de um miserável país: Os valentes regressaram poucos, ricos e amedrontados. Trouxeram apenas riqueza e nunca se haveriam de lembrar em imitar a mentalidade do povo é que os agraciou. Jamais pensariam em aprender algo com gente tão estranha.
Assim, a riqueza que apenas servia para gastar, obviamente não se eternizou e, os valentes ficaram amedrontados, os cobardes ficaram convencidos e a nação outrora forte tornou-se apática e resignada.
Há ainda, muito de vez em quando, quem ouse contar: "lembras-te da nossa grandeza?" - e logo todos ficam de barriga em riste e bigode curvado para cima em sinal de satisfação...
...o resto é o que todos sabem!!!
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José Eduardo
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sexta-feira, 9 de abril de 2010

are we allowed to be silly again?

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...é a temperatura elevada (não muito para já) que exerce esta pressão sobre a manifestação dos mais apraziveis processos psico-fisiológicos em todos nós!

yep!!! We´re allowed to be silly again...
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sexta-feira, 2 de abril de 2010

eu nunca escolho caminhos sombrios

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A frase comum diz que há imagens que valem mil palavras... Eu digo que é preciso ir atrás delas! Numa época em que o estado depressivo se vai apoderando de uma vasta porção populacional, além daqueles em que é voluntário, há casos que pecam por défice de atitude e reacção. Cá por mim, opto por procurar aquilo que tem algo para me dar, imagens como esta que dispensam descrições e que, para além disso, vão constituindo uma enorme fonte de palavras e sentimentos...
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Quarta feira, ao fim da tarde - Praia da Agudela, Lavra, Matosinhos...
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Nem imaginam as histórias que este "trepo" trouxe de alto mar...
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trepo (ê)

s. m.
Minho Parte da árvore que fica dentro da terra quando cortada rente ao chão.
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quinta-feira, 1 de abril de 2010

Mário Viegas, há 14 anos...

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António Mário Lopes Pereira Viegas (10 de Novembro de 1948 a 1 de Abril de 1996)


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