quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Submotion Orchestra

Muito mais do que experiência lounge... os críticos dizem que apelidá-los de "lounge music orchestra" é bastante redutor. Concordo! Toda esta propositada complexidade e mistura de sons que à partida não casam roça a arte!!!
O álbum "finest hour" inteirinho aqui.






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segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Bon Iver

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Bon Iver tem uma voz fora do normal... eu não gosto da normalidade!


domingo, 23 de outubro de 2011

o livro

...ou melhor, a brochura, o coiso, ou algo que o valha!!!







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sábado, 22 de outubro de 2011

O romance de Diogo Soares, por Fausto Bordalo Dias

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A propósito destes últimos dias...



«Diogo Soares
O grande general
Chamado "o Galego"
O homem dos olhares fatais
Comanda sessenta mil homens
De terras estranhas
Vencedo e lutando
Por quem paga mais
Eficaz nos sermões
Insinuante pois
Ganhou a simpatia
De príncipes e samurais
Já é governador
Do reino de Pegu
Mais forte do que o rei
Mais rico por golpes mestrais

Naquela cidade
Vivia um mercador
De nome Mambogoá
De fortuna sem fim
E naquele dia
O dia das bodas
Casava uma filha
Com Manica Mandarim
Diogo Soares passou por ali
Ao saber da festa
Felicitou noivos e pais
E a noiva tão linda
Ofereceu-lhe um anel
Agradecendo a honra
Por gestos puros e sensuais
Então o galego
Em vez de guardar
O devido decoro
Prendeu-a e disse-lhe assim:
"Ó moça formosa
És minha, só minha
A ninguém pertences
A ninguém, senão a mim"

O pai Mambogoá
Ao ver pegar o bruto
Tão rijo na filha
Ouvindo este insulto de espanto
Levantou as mãos aos céus
Os joelhos em terra
No retrato da dor
Pedindo e implorando num pranto
"Eu peço-te Senhor
Por reverência a Deus
Que adoras concebido
No ventre sem mancha e pecado
Não tomes minha filha
Não leves meu tesouro
Que eu morro de paixão
Que eu morro tão abandonado"

Mas Diogo Soares
Mandou matar o noivo
Que chorava abraçado
À moça assustada
Tremendo
E a noiva estrangulou-se
Numa fita de seda
Antes que a possuísse
À força o sensual galego
A terra e os ares
Tremeram com os gritos
Do choro das mulheres
Tamanhos que metiam medo
E o pai Mambogoá
Pedindo pelas ruas
Justiça ao assassino
Acorda a cidade em sossego:
"Ó gentes Ó gentes
Saí como raios
Na ira das chuvas
Na ventania do açoite
E o fogo consuma
Seus últimos dias
E lhe despedace
As carnes no meio da noite"

Em menos de um credo
Numa grande grita
P'lo amor dos aflitos
Juntou-se ao velho o povo inteiro
Com tamanho furor
E sede de vingança
Arrastaram-no preso
Diogo Soares ao terreiro
E o povo a clamar
Que a sua veia seja
Tão vazia de sangue
De quanto está o inferno cheio
E subiu ao cadafalso
Cada degrau beijou
Murmurando baixinho
O nome de Jesus a meio

Seu filho Baltasar Soares
Que vinha de casa
O qual vendo assim
Levar seu pai
Lançou-se aos seus pés a chorar
E por largo tempo abraçados
No abraço dos mortais
"Senhor porque vos levam
Cruéis e vingativos
Senhor porque vos batem
E porque vos matam medonhos?"
"Pergunta-o aos meus pecados
Que eles to dirão
Que eu vou já de maneira
Que tudo me parece um sonho"

E foram tantas pedras
Sobre o padacente
Que este morreu bramindo
O rosário dos seus pecados
Ensopado na baba
Do ódio dos homens
Escuma animal
De todos os cães esfaimados

As crianças e os moços
Trouxeram seu corpo
Sem vida pelas ruas
Arrastado pela garganta
E a gente dava esmola
Oferecida aos meninos
Dava como se fosse
Uma obra muito pia e santa

Assim terminam os anais
Do grande general
Chamado "o Galego"
O homem dos olhares fatais.»

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

plágio


um dia em que te pareça
ouvir frases desconexas
esquece, é a minha cabeça
vagueando em ideias complexas
alimentada por presunções convexas
de que talvez te mereça.
e desculpa ser tão profundo
mas sou apenas o instrumento
do sentimento
que move o mundo
desde os primórdios do tempo.

um dia em que te pareça
que me exprimo por pantomimas
sou eu, que não sou Pessoa nem Eça
e não me saem as rimas,
e se não sei dançar a valsa,
danço a polka, ou a salsa...
não te rias, por favor
é a minha forma de suplicar
tentativa de agradar
e conquistar
o teu amor.

maldita forma, dolorosa
porventura odiosa
de se entregar a alguém
de tentar chegar mais além:
à relação amorosa…

José Eduardo, 

plagiando o mais belo poema de um Senhor chamado Palma... 


Jorge Palma
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segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Concha Buika

Filha de uma família oriunda da Guiné Equatorial, Concha Buika nasceu em Palma de Maiorca em 1972 e cresceu no seio de uma comunidade de Spanish Romani people (ciganos), o que lhe valeu o domínio do Cante Flamenco, como único elemento de ascendência Africana no seu meio. A sua música, particularíssima, é uma mistura da irreverência do flamenco e das coplas andaluzas com a leveza do soul e a complexidade do jazz.
Durante a década de 90, participou em vários projectos destacando-se a cooperação com o espetáculo Ombra, do grupo de teatro La Fura dels Baus ou a participação na banda sonora do filme Espanhol Km.0. Em simultâneo, foi fazendo uma incursão pela house music e compondo algumas canções para pistas de dança como: "Ritmo para você", "Up to the Sky" and "Loving You".
Entre novembro de 2000 e março de 2001, passou pelos casinos de Las Vegas onde interpretou e caracterizou Tina Turner e, nesse mesmo ano, participou como artista convidade no festival blue note, onde fez parceria com a artista  Rachelle Ferrell.
Sendo uma artista que aborda vários estilos musicais,  (flamencocoplajazzrumbasoul), e tendo ainda, como referenciado acima, composto e dado voz a temas para arranjos na house music, Concha Buika tem sido referenciada como uma das artistas com mais vivacidade e espontaneidade na cena musical Espanhola da actualidade.
O seu segundo álbum, Mi niña lola, é a prova dessa versatilidade incluindo tradicionais coplas espanholas (Mi Niña Lola, Ojos Verdes, Te Camelo), ritmos flamencos de “tanguillos” e “bulerías”, e acabando com a canção em flamenco-jazz fusion intitulada "love" e o tema original Jodida pero contenta”.
Já o seu terceiro, Niña de fuego, contrasta com a ideia anterior e é composto maioritariamente por canções (Coplas, Bulerías, Rumbas) compostas por Javier Limón, seu produtor artístico e pela própria Buika, juntamente com clássicas coplas Espanholas, a canção que dá nome ao álbum e ainda uma balada Mexicana.

Quando, certa vez, lhe pediram que se autocaracterizasse, respondeu:

 "I am bisexual, three-phase and three-dimensional."




Informações pesquisadas e retiradas da wikipedia, videos do youtube.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Céu - Sonâmbulo



Numa espécie de limbo
O sonâmbulo anda feito pêndulo
Ora pende dormindo, ora pende contra o tempo
E faz deste inimigo, atrasado, correndo
Justifica um vazio interno, imenso
Fugas mentais ocupam os pensamentos
E se torna incapaz de ocupar a si mesmo
TVs, zines, jornais, químicas num intento
Bloquear os canais
Domesticar seus anseios
Que é bom desconfiar dos "bons" elementos
Feito histórias de Moebius vão tirar sua visão
E te dar olhos passivos adequados ao padrão

terça-feira, 4 de outubro de 2011

decrementum


Estar só não é viver...
é pausar o sentimento.
é escrever sem o verbo ter,
é estar triste e sedento...
iminente no amor,
na dor,
e na ilusão...
efectivo criador
de sonhos
tamanhos
e da alma, a abcisão!

estar só não é morrer...
é prolongar a ferida
mortal 
sofrida
e pensar que jamais
possa vir o momento
morte ou advento
que acabe com o tempo
envolvido na dor
de viver tão triste
de viver sem amor!

José Eduardo


segunda-feira, 3 de outubro de 2011

lido

"Quando eu era pequeno, brincava com carrinhos à volta da mesa da cozinha. Fazia corridas e, embora fosse contra mim, os carrinhos que eu queria que ganhassem ganhavam sempre."


"Perguntei-lhe se ele já sabia que tinham inventado a música. Ele ficou um pouco surpreendido e contou-me de um país distante onde havia um palácio maior do que a montanha, um palácio rodeado de jardins tão imensos que, se uma criança os tentasse atravessar a pé, seria velha quando chegasse ao palácio. Contou-me que havia muitos anos, mil homens inteligentes se tinham fechado nesse palácio a tentar inventar a música."


Pérolas de sensibilidade humano-literária em "Uma casa na escuridão", de José Luís Peixoto

sábado, 1 de outubro de 2011

Para lá do Marão...