sábado, 25 de outubro de 2008

O valor da edição fotográfica.

Muita discussão tem levantado este assunto entre puristas e não puristas... A utilização de ferramentas de edição digital de imagem é motivo de fomentação de "ódio" por parte daqueles que consideram que a verdadeira fotografia é aquela que não é editada.
Confesso que, no meu entender, a melhor fotografia (isso sim) é aquela que foi capturada no ponto e não necessitou de qualquer edição "post capture". Há porem diversas situações em que o fotógrafo pode e deve recorrer à edição digital:
Na situação de trabalhos para publicações, obviamente o resultado final deverá ser aquele que causa mais impacto em quem visualiza. Existe um motivo ou uma ideia a mostrar e devemos fazer tudo para que atinjamos essa finalidade ao máximo.
Há ainda a vertente artística, em que o fotógrafo sabe que não é possivel capturar aquilo que idealizou para mostrar e sabe perfeitamente quais os aspectos a controlar de modo a atingir o seu fim. Nesta situação enquadram-se os fotógrafos surrealistas que, como o nome indica, mostra o que não existe e apenas é idealizado na sua mente.
Abaixo fica um ensaio que fiz de forma a mostrar como a edição pode ser utilizada em prole do embelezamento e enriquecimento fotográfico!!!


Antes



























Depois

domingo, 19 de outubro de 2008

Pelas tuas mãos...


A Ana escreveu um livro... A Ana é minha sobrinha, filha do meu mano mais velho... Não vou falar sobre o livro porque ainda iniciei a sua leitura nem vou falar da Ana porque quero ser diferente. Normalmente, nestas alturas, toda a gente cai na tentação de puxar para sí um pouco do protagonismo e eu não vou fazer isso. O protagonismo é todo da Ana e ela merece-o... Foi ela que escreveu e foi ela quem teve a capacidade de se aperceber do facto de ter escrito uma obra invulgar e não uns textinhos de adolescente... A crítica correspondente enaltece sobremaneira a obra e eu estou ansioso por lêr...


Então o que estou aqui a fazer?! Estou só a dizer que estou num fantástico estado de contentamento pela situação da miuda porque eu sou destas coisas, de me alegrar com o bem dos outros...


Ah!.. uma palavra de apreço para o meu mano velho... Foi incansável na forma como tratou de tudo para a sua menina e deve-se a ele o sucesso dos meios de lançamento do livro...


"Pelas tuas mãos" de Ana Andrade, publicado pela editora Papiro... toca a comprar!!!


No passado sábado, o JN preencheu a última página com enormíssima ênfase ao assunto... fica aqui o link.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

De Cap de Creus a Cabo Finisterra

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A ideia da peregrinação pelas terras mais ocidentais da Europa, já estava presente nas crenças dos povos Celtas, que situavam “el Más Allá” em uma ilha do ocidente. Mas já muito antes da data apontada pela igreja para a descoberta da tumba do Apóstolo, existia uma rota de peregrinação (romana e anteriormente celta), que ia do extremo Este ao Oeste de Espanha, até Finisterra. Este velho caminho de peregrinação, simbolizava a viagem do sol de Oriente para Ocidente, “afogando-se” no oceano para voltar a surgir no dia seguinte. O renascer do Sol estaria intimamente ligado com o renascer da vida. Hoje em dia são muitos os peregrinos que chegando a Santiago resolvem continuar o Caminho até Finisterra, Fim da Terra e Fim do Caminho de Santiago.

Quando nos princípios do século IX, se descobriu o sepulcro do Apostolo Santiago, a Igreja Católica deu um sentido cristão a estas velhas ideias de peregrinação, orientando para Compostela, cidade que se converteu num grande foco de atracção durante toda a Idade Média.



Finisterra


Finisterra vem do latim “finis terrae”, fim da terra; e fim também do Caminho de Santiago. Desde a antiguidade que as pessoas queriam chegar ao fim do mundo, onde a terra acaba e o mar começa ou pelo menos assim o consideravam as legiões romanas ao contemplar o afundamento do sol nas suas aguas.

Antigos geógrafos grecorromanos encontraram aquí o Promontorium Nerium e o Ara Solis, o altar de culto ao sol, construído pelos fenicios e que o mesmo Apóstolo Santiago o destruíu em pouco tempo.

A estreita relação de Fisterra com o culto jacobeo foi a que estabeleceu que o Caminho de Fisterra fosse uma das primeiras rotas que pisaram os peregrinos. Tanto é assim que já no Séc. XI aparece citada a cidade de Duio no Códex Calixtinus ( Libro III). Segundo testemunhos antigos, en Fisterra existiu uma velha cidade pagã, Dugium (hoje Duio), por onde passaram os restos do Apóstolo a fim de serem enterrados nos confíns do Ocidente.
Os discípulos do apostolo solicitaram permissão á raínha da região, de nome Lupa; que os remeteu ao governador de Dugium, que ordena que se lhes prepare uma emboscada para os matar, descoberto o plano conseguem fugir com o corpo do apostolo. A antiguidade desta rota comprova-se em documentos de 1119 nos que se cita a preocupação do Rei Alfonso VII e o Abade de San Xulián de Moraime por dar hospedagem aos peregrinos que chegavam á zona. Em 1355 o peregrino Jorge Grisaphan descreve no seu diario a peregrinação a Fisterra. Em 1465 León de Rosmithal, 1462 Sebaldo Rieter, en 1581, Erich Lassota, 1583 Julián Iñiguez de Medrano, todos eles narram as suas peregrinações ao fim da terra.




Graças aos costumes dos peregrinos de chegar ao Fim do Caminho e cumprir os rituais de tomar banho no mar, queimar as roupas utilizadas durante a viagem e ver o por do sol, são testemunhos das peregrinações dos caminhantes da Idade Média, que comprovam a antiguidade da rota a Fisterra e o seu interesse pela história e as suas lendas.
O Caminho a Fisterra, é o único dos Caminhos que não tem a sua meta en Santiago, mas sim a sua origem. Na actualidade, a prolongação do Caminho até à Costa da Morte é um ritual que seguem muitos peregrinos, que desejam chegar até ao Fim da Terra, contemplar o caminho e conhecer algumas das paisagens mais impressionantes da costa europeia ocidental.

Lendas

A singularidade de Finisterra surge das muitas lendas que envolvem estas terras, e nas que se entrelaçam temas religiosos, marítimos e outros. Entre elas destacam-se a do Ara Solis, Ermida de San Guillermo, Orca Vella, Pedras Santas, Santo Cristo de Fisterra e a Cidade de Dugium entre outras.

Ara Solis

Conta a tradição que os romanos encontraram no lugar um altar ao sol (Ara Solis) construído aí pelos fenicios e que o Apóstolo Santiago mandaría destruír pouco despois. A memoria deste altar aínda perdura nas lendas fisterranas e no nome da praça mais típica da antiga vila. Tambem se diz que o cálice e a hostia do escudo da Galiza representam o Santo Graal, vem da cristianização do altar pagão, no que o cálice simbolizaría o horizonte do mar, e a hostia, o sol no seu ocaso. Uma rocha em forma de mesa quadrada metida uns metros no mar, na ponta do cabo, recebe tambem o nome de Ara Solis, talvez por ser parecida com a mesa de um altar.

Santo Cristo


A partir do Sec XIV, conta a lenda que os pescadores da zona viram um barco em dificuldades no meio de uma tempestade sem poder avançar, como se estivesse ancorado. Observaram que dentro da embarcação atiraram uma caixa ao mer e que o barco consegiui sair e seguir viagem. Uma vez que a caixa chegou a terra, os marinheiros abríram-na e descubriram a imagem do Santo Cristo, imagem atribuída a Nicodemus, considerando que a sua vontade era vir para estas terras.
Desde esse momento, despertou grande devoção e fama em toda a região por fieis que visitavam o Santo Cristo e com mais intensidade na Semana Santa. Esta imagem é de um impresionante realismo, destacando a sua profunda humanização: é de tamanho natural, diz-se que as unhas são de um homem, que emite suores de morte e que lle cresce o pelo e as unhas. Na Semana Santa festeja-se a festa de Santo Cristo de Finisterra (Festa de Interesse Turístico Nacional), centrada não na Paixão e Morte, mas sim na Ressurreição de Cristo. Cristo é assim como o sol, que se perde no oceano insondável da morte e ressuscita das trevas.

Visitar Finisterra significa chegar ao fim de um velho caminho de peregrinação pelas terras mais ocidentais da Europa, seguido por milhares de pessoas ao largo de muitos anos, para encontrar-se com o renascer da vida, com velhos cultos pagãos e os elementos da natureza, que aqui se manifestam com todo o seu esplendor: a água, o sol e as pedras; que cristianizada mais tarde, deram, origem a concorridos santuários como o da Virgem da Barca e o Cristo de Finisterra, ambos relacionados com a Rota Jacobea.


sexta-feira, 3 de outubro de 2008

O Capitalismo está roto?!

Oxalá que sim...
Oxalá não nos venham apregoar uma qualquer medida avulsa apelidada de salvação do mundo e que, quando dermos por ela, apenas se apoiou em mais um aumento dos esforços da classe média mundial... e quando a classe média mundial sofre... já sabemos em que patamar desse sofrimento se situa a Portuguesa.
Parece-me que apenas quem gosta de andar de rédea e freio ainda não se apercebeu do que representa esta crise e esteja, mais uma vez, à espera que os senhores de Washington e Wall street resolvam algo que essa gente não percebe o que seja.
O sistema Capitalista sempre se apoiou na procura do máximo lucro por parte dos ricos e na serventia a esses por parte de quem governa... Ora, quando já todo o dinheiro está nas mãos de esses alguns, ainda nos vêm impingir a ideia de que a solução passa por esvaziarmos das algibeiras todas as migalhas que ainda possamos ter de modo a fazer com que isto ande mais um pouco... Eu não concordo! Os senhores que passem e comer os dolares bem estufadinhos ou quem sabe foie gras de dollar, ou até mesmo um dollar ao natural para o mais básicos de alimentação.
Perante tal situação, acho doentia a forma como ainda se evita falar de nacionalização... Da banca, da água, das energias, educação, cultura e saude... Ainda é conversa de comunista!!! e eu que sempre fui socialista!!!
A Manuela Ferreira Leite veio agora discursar palavreado contra os regimes socialistas. Que em nenhum país do mundo onde governe o regime socialista se notou prosperidade económica. Onde? Por favor, onde? Algum país no mundo que viva em socialismo por favor...