segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

"só com a boca eu sozinho"

sábado, 25 de janeiro de 2014

o negro

Já não te livras da fama
do cheiro a musgo e da lama,
e do frio que punhas no respirar.
Lembra-me bem o encanto
e a densidade do manto
de neblina que espalhavas no ar.
Havia namoros de verão
pela frescura do chão
e da leveza que emprestaste aos sentidos.
Testemunhaste promessas
beijos trocados sem pressas
e guardaste sussurros julgados perdidos.

Quero sentir
de novo, o feno nos pés...
Quero viver
agora, o que já não és...

Labirintos de alma
percorridos sem calma
Como viagens... longas... sem fim!
Selvagem vegetação
aventuras do pé para a mão
emoções arrancadas de mim.
E se a lembrança chega até hoje
é porque a ideia não foge,
do bem que soube viver em sitios assim.

Quero sentir
de novo, o feno nos pés...
Quero viver
agora, o que já não és...

Aqueles pinheiros altos
os muros verdes, corridos aos saltos
e a sanidade do viver natural.
Cavernas e grutas
inventadas por cabeças brutas,
e era ali que assentávamos o arraial.

Por fim, a alegria vivida
nos mergulhos que ousámos dar
no tanque do campo, de carne despida
não só de roupa, mas do preconceito
do cumprimento dado sem jeito
na hora da despedida.

Espera por mim na nuvem em que me deito,
depois do éter tragado a preceito.
sinto que o tempo me escapa entre os dedos
e ainda não enchi o peito
para enfrentar todos os medos

Quero sentir
de novo, o feno nos pés...
Quero viver
hoje, o que já não és...


quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

river

.
"River", de Joni Mitchell, tocado e cantado por 14 cantoras portuguesas



e já agora se, modéstia à parte, quizerem uma boa tradução, aqui vai:

Vai chegando o Natal,
E vejo-os cortar as árvores.
Assentar as renas
e cantar canções de alegria e paz...
Ah, tivesse eu um rio onde patinar para longe daqui.


Não neva por cá
Tudo se mantém verde.
eu vou amealhar algum
e pôr-me a andar daqui para fora.
Ah,tivesse eu um rio onde patinar para longe daqui.


Um rio tão comprido,
onde meus pés aprendessem a voar.
Ah, tivesse eu um rio onde patinar para longe daqui
porque fiz meu amor chorar.


deste tudo por tudo para me ajudar
facilitaste-me a vida ao máximo,
amaste-me tanto,
até me tremerem os joelhos.
Ah, tivesse eu um rio por onde desaparecer


Mas eu sou dificil de aguentar
egoísta e depressiva.
e arranjei forma de perder o maior amor
Que um dia pude gozar.
Ah,tivesse eu um rio onde patinar para longe daqui.


Um rio tão comprido,
onde meus pés aprendessem a voar.
Ah, tivesse eu um rio onde patinar para longe daqui
porque fiz meu amor me abandonasse.


Vai chegando o Natal,
E vejo-os cortar as árvores.
Assentar as renas
e cantar canções de alegria e paz...
Ah, tivesse eu um rio onde patinar para longe daqui.

e depois, porque a versão da Márcia e Luisa Sobral tem um sentimento peculiar...