sexta-feira, 30 de setembro de 2011

podia ser eu...

José Eduardo Andrade tem exatamente esta definição:

"A importância do meu nome muito maior do que a minha consciência, mas menor que eu, menor do que a importância de eu existir num sítio e num instante. O meu nome: três palavras escritas num papel: o nome do meu avô paterno, o nome do meu avô materno e o nome da família do meu pai. Duas estradas que se unem numa só, num caminho sempre em frente, sem ramificações."

José Luis Peixoto, em "Uma casa na escuridão"

Soas, por Cristina Pato e Rosa Cedrón

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Apesar de seguidor do trabalho e da belíssima voz de Rosa Cedrón (continua a deslumbrar bem depois da experiência com Luar na lubre), nunca me chegam atempadamente as notícias de trabalhos novos desta belíssima violoncelista Galega amante dos bosques do baixo miño... Eis então que me deparo com esta belíssima surpresa: A também Galega pianista e gaiteira Cristina Pato juntou-se a Rosa Cedrón numa parceria musical etnográfica que resultou num trabalho lançado em finais do ano passado a que deram o nome de "Soas"... No meio de algumas composições inéditas, Rosa e Cristina pegaram em algumas canções tradicionais galegas, como Maria Solinha ou Unha noite na eira do trigo e adaptaram-nas para Voz, piano e orquestra...
O resultado é este, mais um álbum que ecoará continuamente nas paredes cá de casa nos próximos tempos...


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quinta-feira, 29 de setembro de 2011

maris obviam





fui ter com ele
por saudade
e ouvir
com afinidade
sibilado
o grito pungente
imponente
revoltado
mantendo a imagem
que gosta de parecer
zangado...


Eu sei que não...
não é assim que o conheço.
É grande, imenso
quando nele penso
e na minha ideia
todas as memórias condenso
é disto que me lembro
da sua complacência
paciência
do vai-vem
engraçado
como quem
de tão viajado
apenas se contenta aqui...


...onde é amado!


José Eduardo
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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

A viagem do elefante, José Saramago

Nas férias, cá por casa, comem-se livros ao invés de comida!!! É um vício que, como qualquer outro, tende a assumir custos imódicos se não controlado... Controlar então a leitura? nãã!!! Controla-se o preço de compra.
Comprei o livro num conhecido site de leilões online pela quantia de 10€, usado, mas em bom estado. Já está lido (estou de novo à volta de José Luis Peixoto) e foi mais do mesmo, foi Saramago... A narrativa segue inteiramente a linha de "Caim" e a forma intensa de brincar com a caracterização humana está tão presente como no anterior. É adoravel a forma como Saramago sempre colocava a sensatez do lado dos fracos e oprimidos (o cornaca Subhro é exemplo disso) e a sua condescendência para com as atitudes presunçosas dos ricos e poderosos atribuindo-lhes a característica como anomalia genética. Livro simples, de leitura facil, mas pleno de abordagem ao comportamento humano e, mais uma vez, elevando uma tal de sensatez nos animais.




sábado, 17 de setembro de 2011

Um cão chamado Edward




quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Histórias daqui e dali, de Luis Sepúlveda

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Eu confesso, não conhecia, e jamais tinha lido algo de Luís Sepúlveda...  Começo assim porque a sinceridade é bela, e porque a beleza da escrita de Luís Sepúlveda me recorda apenas coisas boas. Durante a minha vida, habituei-me a gostar da riqueza literária na escrita, de textos estruturadíssimos que movem emoções e despertam sensações. Pois em "histórias daqui e dali" passa-se exatamente o contrário... Luís Sepúlveda usa um vocabulário directo e simples para contar histórias simples, mas plenas de sentimento! Luís Sepúlveda não romantiza de forma desnecessária, conta histórias de pessoas de quem gosta simplesmente porque lhe mostram gostar dele também... Luís Sepúlveda é homem de trato simples mas de vida complexa, exilado do regime de pinochet, dedicou toda a sua vida à lembrança do "camarada" Salvador Allende!!! Luís Sepúlveda conquistou um pedaço no meu terreno de predilecção... e deu-me a conhecer Edward, o cão que amava a liberdade!!!
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