sábado, 31 de outubro de 2009

I'm seeing you


I'm seeing you, upload feito originalmente por José_Eduardo.

Parque da Cidade do Porto... Estrada da Circunvalação... Matosinhos!!!

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Os cães ladram...

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terça-feira, 27 de outubro de 2009

Leituras que ficam...

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(...)aquele cirandar cheio de dignidade que o vexava e lhe produzia remorsos; então calava-se também e no seu coração aquela atitude ia roendo até a imaginação a transformar em ofensa e ele acabar por sobrepôr-se às suas culpas como a vítima mais lamentável. O seu egoismo fazia-o infantil, e das dores que ele próprio motivava restava-lhe na consciência um sabor de injustiça por qualquer mínima represália.(...)
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in: "A Sibila" de Agustina Bessa Luis
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sexta-feira, 16 de outubro de 2009

"o fim último da vida não é a excelência"

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Hoje recebí um e-mail contendo e enfatizando um texto do Jornalista João Pereira Coutinho que aponta o dedo aos erros que grassam pela sociedade fora aquando do assesto de objectivos de vida de pais sobre filhos e, ulteriormente, destes mesmos sobre sí próprios. O texto traduz de forma bem simples aquilo por que me tenho debatido em conversas de amigos ou tertúlias recheadas de eclectismo ideológico. Em muitos momentos da minha vida me têm apontado (muitos outros acharão o mesmo sem mo dizerem) o defeito da falta de ambição e resignação. Nada mais falso... A minha ambição é a maior do mundo, porém, não orientada no mesmo sentido. Ambiciono muito e sou até capaz de me irritar (ora vêem?) em prol da justiça social e do combate à opressão. Rejeito os unanimismos e fujo deles como o diabo foge da cruz por achar que são a semente da perversão e concubinagem ideológica.

Tal como tive oportunidade de escrever outrora e noutro local: "agarro-me bem forte àquilo que me faz sentir feliz por não esperar algo mais do que a vida e dela... Só desejo a felicidade plena!!!"


Deixo abaixo o Texto de JPC:


'Não tenho filhos e tremo só de pensar. Os exemplos que vejo em voltanão aconselham temeridades. Hordas de amigos constituem as respectivasproles e, apesar da benesse, não levam vidas descansadas. Pelo contrário: estão invariavelmente mergulhados numa angústia e numa ansiedade de contornos particularmente patológicos. Percebo porquê. Hácem ou duzentos anos, a vida dependia do berço, da posição social e dafortuna familiar.Hoje, não. A criança nasce, não numa família mas numa pista deatletismo, com as barreiras da praxe: jardim-escola aos três, natação aos quatro, lições de piano aos cinco, escola aos seis, e um exército de professores, explicadores, educadores e psicólogos, como se a criança fosse um potro de competição.Eis a ideologia criminosa que se instalou definitivamente nas sociedades modernas: a vida não é para ser vivida - mas construída com sucessos pessoais e profissionais, uns atrás dos outros, em progressão geométrica para o infinito. É preciso o emprego de sonho, a casa de sonho, o maridinho de sonho, os amigos de sonho, as férias de sonho,os restaurantes de sonho.Não admira que, até 2020, um terço da população mundial esteja a mamar forte no Prozac. É a velha história da cenoura e do burro: quanto mais temos, mais queremos. Quanto mais queremos, mais desesperamos. A meritocracia gera uma insatisfação insaciável que acabará por arrasar o mais leve traço de humanidade. O que não deixa de ser uma lástima.Se as pessoas voltassem a ler os clássicos, sobretudo Montaigne,saberiam que o fim último da vida não é a excelência, mas sim a felicidade! '


Lembrei-me agora, a propósito, de uma observação semeada no twitter por @ArturAnjos que dizia: "os putos de hoje envergonham-me, só pensam em estudar e carreiras em vez de andarem aí a apalpar miudas"...


Eu respondo: enquanto continuar a haver um certo sentimento de vaidade em sofrer de doenças oriundas do stress e má alimentação, nada feito!

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sábado, 3 de outubro de 2009

Governabilidade

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Ao longo dos últimos dias (rescaldo das legislativas), o país tem assistido à generalização da opinião que assenta no facto de o panorama parlamentar resultante das eleições não conceder ao PS condições de governabilidade sem uma coligação. O que mais me aborrece é que os jornalistas cá do burgo parecem alinhar todos pela mesma cartilha e, tendo os seus ícones proferido tal barbaridade, adoptaram a sua sustentação até à exaustão. Nestes dias que se seguiram às eleições, toda a gente se parece convencer de que governar sem maioria absoluta é um desastre e dá ideia de ninguem sequer conceber a possibilidade do contrário.

Os resultados eleitorais das últimas legislativas e o panorama parlamentar que deles resultou confere, na minha opinião, a máxima possibilidade de se exercer democracia neste país. Nunca por cá um governo de maioria absoluta conseguiu governar democraticamente (ou se interessou por isso). A imposição absoluta da vontade de pouco mais de metade da população sobre todo o resto não é sinónimo de democracia. Um governo deverá portanto obviamente enfatizar a presença de políticas suas na sua governação mas terá obrigação de, de acordo com a representatividade eleitoral dos restantes partidos, ir polvilhando a sua governação com acções pontuais que se assemelhem à opinião de outras ideologias. E que governo de maioria absoluta o fará espontaneamente? Nenhum obviamente...

Por isso afirmo que o actual panorama parlamentar é o melhor que podemos ter (salve-se a ideia de cada um acerca das diferenças entre os pequenos partidos) porque simplesmente obrigará o próximo governo a governar para todas as ideologias representadas na assembleia. Como? Governando sobre o seu programa eleitoral e polvilhando a sua governação com propostas e ideias dos partidos que se representam na oposição, afluindo a cada um de acordo com a sua representatividade eleitoral. Além do óbvio PSD, já BE e PCP o disseram públicamente, que estarão dispostos a viabilizar as políticas do próximo governo desde que este se assuma mais próximo das suas linhas ideológicas. O CDS ainda espera a possibilidade de coligação mas, dado o seu comportamento quando oposição, representará tambem uma mais valia na assembleia da República.

De uma vez por todas, é tempo de entender a democracia tal como ela é, e deixarmo-nos de joguetes editoriais que servem apenas para manter o ganha pão dos paineleiros habituais...
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