quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Agreste


Arre diabo que me carregas a vida com trabalhos,
e enches o meu espaço com cheiro a mofo e alhos;
Arre gatuno que me prendes a esta terra sem horizonte,
onde o que se vê da janela é só roça e algum monte;
Arre bicho que me negas a viver lá na cidade,
e me afastas sequer o pecar pela vaidade;
Oh negro, oh verme de cornos na ciência,
que me seguras aqui, preso na demência;
Arre Cão
que de sarna não morre
Verme de chão
que sem pernas não corre
Arre Tu, ó Belzebu
que me tolhes a esperança
desde criança...
Vai mas é levar no cu!

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