segunda-feira, 6 de setembro de 2010

só o tempo

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Lembro-me de um dia, ainda em pequeno, ter decretado na minha existência (que é como quem diz pensamento) que o tempo não existe. Naquela altura assumia já comigo a promessa de não envelhecer. Os mais velhos assustavam-me munidos dos seus pensamentos fatalistas e suas premonições de invariabilidade dos destinos. O vaticínio do -"tu para lá vais"- ou o extremamente doloroso e assassino de presunções excêntricas -"eu também já fui assim"- jamais me convenceram, pelo contrário, foram como que latas de querosene atiradas em direcção à chama da lamparina que representava a vontade e encanto pela originalidade ou extravagância (se houver diferenças) na tentativa de a apagar.
Passados estes anos, não fui a lado nenhum... Tenho sido extremamente regular nos actos mas... no pensamento... aahh, no pensamento!!! Jamais!!!
José Eduardo
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1 comentário:

Anónimo disse...

Boa foto e texto a condizer.

Nuno Paquete