segunda-feira, 15 de novembro de 2010

fátuo



Anos a fio em busca da diferença, da presunção de felicidade apoiada na originalidade... tempos perdidos pensando que os ganhava de facto, cultivando amizades e recrutando-as para o meu campo de pensamento. Indefinições que ansiosamente sorvia e amava como se de alimento vital se tratasse. Vejo que fui bom, competente, convincente... vejo que muitos me acompanharam e outros, ainda que não, satisfizeram-me com o seu olhar de legitimação da ideia por mim fundada. Muitos me rodearam sem a mínima preocupação em entender a complexidade deste meu "alter ego"... Outros se deram arrogantemente a entender que me ultrapassavam ainda que, mesmo esses, nunca tenham percebido por onde andei. Talvez tenha criado uma moda, talvez a diferença se tenha tornado uma necessidade para muita gente e foi aí que me apercebi do fastidioso estado que atingi! A diferença tinha deixado de o ser... e passei a odiar-me por já não ser diferente!


José Eduardo

1 comentário:

Rapozo disse...

Todos iguais, todos diferentes... Um chavão de que me socorro para te lançar um pouco de ânimo neste momento mais irrequieto. Para a frente é o caminho e mesmo que os cães ladrem, a caravana passa...