quarta-feira, 27 de julho de 2011

mundo acabado


há um imenso e lúgubre mar
que se acerca de mim
me rodeia, inunda a alma
afoga sentimentos
e, porque não permite olhar
para lá da tempestade
para o fim
a altura da calma,
e porque não permite saber
da efectividade desses momentos
me amedronta
e deixa inquieto
me confronta
com a possibilidade
a fatalidade
de perder o tecto
o abrigo emocional
o Amor natural
que não soube estimar,
ousei magoar.
e agora
que, sem demora
fugindo o sinto
não sei lidar...
só chorar...
porque sou fraco, afinal
velhaco banal
percebo por fim esta perda maior
a ausência de suporte
a fuga do Amor
deitado à sorte
por próprio pecado
erro indelicado
e resta-me a dor
nada contida
merecida
miserável estado
vida sem cor
mundo acabado!

José Eduardo

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