terça-feira, 16 de setembro de 2008

O Presidente político

Tenho seguido com particular atenção este passeiozito político do "nosso" Presidente da República nas últimas semanas. Desde o não resistir a contrariar Manuel Alegre no discurso que fez quando lhe entregou, em Trás os montes, o prémio literário D. Dinis, até à falta de respeito pela gente que, a muitíssimo custo, vai inventando forma de vida numa terra esquecida pelos governantes como é todo aquele território raiano... O "Senhor Silva" cometeu a petulância de apontar o dedo às autarquias daquela região por não saberem aproveitar o facto de estarem mais perto de Espanha e da Europa que o resto do País, chegando mesmo a referir que isso se apresentava como um privilégio e que não deveria ser deixado de aproveitar.

Tudo isto acontece depois do início e durante o desenvolvimento de um caso político que ele próprio se dignou criar. Falo obviamente do veto ao diploma que regulamenta a autonomia dos Açores que, podendo até (ou não) ter razão nas suas preocupações, falhou por completo na forma. A sua sede de protagonismo fez-lo parar o País em suspense por um anúncio alarmante de mensagem à nação acerca de um assunto de interesse Nacional... Ó Senhor Silva... Assunto nacional, para mim, é a elevadíssima taxa de desemprego e a constante perda de poder de compra da classe trabalhadora deste País.

Não lhe bastando isto, vem agora meter a colherada num assunto que necessitava da máxima sobriedade de discussão. A Educação e escolaridade obrigatória. Ouço-o hoje, mais uma vez insolentemente, defender o aumento da escolaridade obrigatória até ao 12º ano e para o fundamentar refere a superficialíssima indicação de que, hoje, os alunos que concluem o 12º ano arranjam empregos melhor remunerados que os que se ficam pelo 9º. Ora muito bem... O "nosso" presidente encontrou assim o remédio para se acabar com os empregos cuja remuneração se fica pelo ordenado mínimo... Pela sua lógica, é só por os catraios a tirar o 12º que os patrões, em forma de reconhecimento pelo esforço intelectual se oferecerão eles próprios a remunerar bem mais acima... País de Patetas!!!´Continuamos assim sem ver ninguem minimamente preocupado com a qualidade do ensino em detrimento da quantidade. É como somos!!!

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