quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

acerbo

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Sou reles...
Sou a personificação do poema em linha recta que Álvaro de campos "cantou".

Sou mau...
Sou quem não hesitou retaliar em função de imaginárias injustiças.

Sou falso...
Sou quem prometeu o Amor na ânsia de alcançar o sexo.


Sou eu... 
Sou aquele que se perde em expressões de exaltação da pessoa própria na conversa que começa a partir de grandes feitos do amigo.


Sou sim, sou eu....
Sou quem esconde a mão logo após arremessar a pedra...


Sou mais...
Sou quem se atreve a analisar a própria pedra e interpreta a tentativa de descobrir a culpa em mão alheia!


Sou estranho...
Sou quem, na efectividade do sofrimento de míngua escolheu roubar, ao invés de pedir, por ideais de preservação da personalidade.


Sou assim... pequeno, desprezível, nocivo, sinistro e funesto...


Sou disfemista, disfémico, e coerente-com-a-falsidade.


Sou sim, sou eu... 


Mas sei disso!!!




José Eduardo